Olá, Wolfpack! Na resenha de hoje irei falar um pouco sobre "Agridoce", fantasia nacional cheia de vampiros e intrigas. Uma ótima dica para quem, assim como eu, ainda não cansou de se aventurar no universo dos sugadores de sangue :D confiram abaixo!
Nome: Agridoce - Sabores do Sangue
Autora: Simone O' Marques
Editora: Madras Teen
Páginas: 342
Ano: 2015
Sinopse: Anya é uma garota comum, estudante de gastronomia e que mora em Florianópolis. Certa noite, ao passear pela praia ela sente um aroma que a atrai terrivelmente, um perfume, uma mistura de fragrâncias que mexe com todos os seus sentidos. Na noite seguinte ela e vê perseguida pelo aroma e descobre que ele vem do corpo de um belo banhista que sai do mar. Cedendo ao impulso, ela vai até ele. Surpreendendo-o, ela o lambe e encosta o nariz em sua pele. Atormentada pelo aroma, ela precisa experimentar, então, alcança seu pescoço e o morde numa veia pulsante. Anya então descobre o prazer de degustar o sangue doce, que a fazia pensar em frutas flambadas, temperado com o sal da água... o sabor agridoce que a desperta para uma necessidade vital que fará parte de sua vida à partir de então, a necessidade de sangue...
Agridoce apresenta uma refrescante nova ideia ao mundo dos vampiros, há muito saturado na literatura mundial. Aqui, quando a pessoa “desperta” para a nova realidade, cria-se uma verdadeira mobilização ao seu redor. Junto do Portador (como os vampiros são chamados), despertam também o Escravo – que servirá ao vampiro fielmente, por toda a vida – e o Antagonista, cujos instintos priorizam o extermínio do portador recém despertado. Cada um tem seu papel nessa nova vida, e só a morte pode impedir uma colisão direta.
— Pai...você vai achar que sou muito monstruosa se disser que foi... muito bom? (p.134)
A premissa do livro é fantástica, e talvez seja esse o principal fator do meu desapontamento com o enredo. Logo no começo, quando comecei a entender toda a hierarquia e o sistema dos seres, fiquei realmente animado - estava lendo algo completamente novo e instigante. As coisas estavam destinadas a darem certo... até eu notar alguns clichês bravos surgindo hora ou outra.
Não me entenda mal - o livro não é todo ruim ou dispensável. Porém, durante a leitura, fiquei com o sentimento de estar nadando na beira de um enredo que poderia se estender como os oceanos. Eu queria saber mais sobre o universo dos vampiros, entender suas origens, presenciar lutas! Mas, cada vez mais, me encontrei limitado às intrigas que rodeiam a vida da protagonista, recém despertada. Ao invés de se aprofundar no mito, a autora optou ir por um caminho mais juvenil e explorar os sentimentos de Anya sobre as pessoas ao seu redor. Se eu tivesse esperado isso desde o início da leitura, provavelmente teria curtido mais, mas esse não foi o caso.
Se for pra eu morrer... que seja o sol meu carrasco. (p.77)
Apesar disso tudo, consegui aproveitar a leitura. A narrativa da autora é rápida, o que deixa pouco tempo para o tédio aparecer. Tendo aceitado o foco da narrativa, foi impossível não me apegar ás relações desenvolvidas ao longo da trama - principalmente aquelas agridoces, quando não são totalmente boas ou más. Analisando superficialmente, eu apontaria esse balanço entre dois extremos como o ponto alto do livro. A autora detalha todos os acontecimentos que interferem na trama, e, tendo conhecimento da motivação dos vilões, por exemplo, fica difícil defini-los como isso ou aquilo. O título se encaixou perfeitamente com a trama.
— [...] a vida e cheia de riscos, de perigos. Se vivermos pensando no pior, não vivemos! (p.185)
O desfecho, como esperado, ficou em aberto para as sequências. Não vi problema nisso, e as últimas páginas até me deixaram com vontade de continuar a saga. A esperança de que a autora distribua mais o foco do enredo é grande, e, assim que decidir ler, trago a opinião para vocês! Ah, e claro, esse é um livro que recomendo pra quem quer se aventurar em um crepúsculo mais maduro. Tem casal principal (ou casais, já que a protagonista tem 5 pretendentes), intrigas entre vampiros e muitos questionamentos amorosos e morais.
Escutei Swan Song, da Dua Lipa, enquanto escrevia esse post.
