Ficções científicas ainda são minoria na minha estante, mas esse ano resolvi dar mais espaço para obras do gênero - principalmente as nacionais. E a resenha de hoje é da primeira tentativa! Weiss, do Vinícius Louzada, mistura poderes psíquicos com intrigas entre clãs e contêm cenas de lutas empolgantes e memoráveis. Quer saber o que achei da obra em geral? É só continuar lendo :D



Nome: Weiss - A Mente é o Limite
Autor: Vinícius Louzada
Editora: Novos Talentos (Novo Século)
Páginas: 464
Ano: 2016
ISBN: 9788542808476
Onde EncontrarSkoob / Amazon
Classificação★★★ (3,6 Estrelas)
SinopseAo descobrir que era capaz de invadir e controlar os corpos de outras pessoas, Lucas jamais poderia imaginar o que o futuro lhe havia reservado. Foi somente quando Mark – um misterioso observador de origens e intenções desconhecidas – o encontrou, aprendeu que não era o único a possuir tal habilidade, e as engrenagens do destino começaram a se mover rapidamente como nunca antes. Lucas ingressa no sangrento universo dos switchers, e, à medida que desenvolve seus poderes, enfrenta perigosos inimigos e descobre verdades que mudarão para sempre a percepção do mundo à sua volta.Com uma escrita irreverente, viradas surpreendentes e cenas de ação alucinantes, Weiss conduz o leitor a uma fantástica viagem ao coração da utópica cidade-estado de Neo Atlantis, sob a ótica de personagens intrigantes e originais.
 Com elementos utópicos, Weiss apresenta a saga de um garoto com dons estranhos. Capaz de invadir a mente de outras pessoas por curtos períodos de tempo, Lucas teve de lidar com essa peculiaridade desde criança, podendo contar apenas para seu amigo mais próximo. Isso até Mark entrar em cena. O futuro tutor do garoto o apresenta ao mundo dos Switchers - pessoas com o mesmo dom que o seu. Logo ele precisará se adaptar ao novo mundo, tendo de enfrentar novos inimigos e lidar com muitos novos sentimentos.

 A premissa de Weiss é o que vende a obra, e, apesar de parecer, isso não é tão comum. Para ganhar espaço hoje, os livros precisam ter algo que os coloque acima de seus vizinhos - seja a capa, a premissa ou o nome do autor. Vinícius Louzada conseguiu desenvolver um universo que não apenas chama, mas agarra o leitor para dentro de suas páginas, oferecendo-lhe um universo que apresenta inúmeros e empolgantes caminhos a seguir. Isso é bom, mas aumenta em muito as chances de uma possível decepção por parte de quem lê.

 E esse é o meu caso. Meu primeiro obstáculo foi não encontrar tudo o que eu estava esperando quando li a sinopse. A ideia de pessoas poderem trocar de corpos me fez viajar por vários caminhos,  e foi frustrante quando percebi que o foco narrativo do autor era outro. Quanto mais eu lia, mais limites enxergava no enredo, e a decepção aguçou minha percepção de falhas e furos. Todos livros têm falhas, por menores que sejam, e a empolgação que nos faz passar por cima delas foi o que me faltou durante a leitura.

 Com a premissa voltada para os poderes da mente, imaginei que o desenvolvimento e exploração psicológico do livro fosse ser o ponto alto. Só que no lugar de questionamentos e situações chaves envolvendo nosso poder de decisões e escolhas, encontrei uma briga entre gangues adaptada para o mundo dos super-heróis. E que fique claro que isso NÃO é uma coisa negativa sobre o enredo; apenas algo diferente do esperado, o que acabou prejudicando a minha experiência de leitura.

 Mas esse foco na ação também teve pontos positivos para mim. As lutas foram impecavelmente desenvolvidas, acontecendo sempre nos momentos certos e com desfechos que só contribuíram no desenvolvimento do enredo. Se eu estivesse em dúvida sobre ler uma possível sequência, a lembrança das lutas da personagem Ayumi seriam o suficiente para me fazer mergulhar novamente nesse universo.

 E o final também foi algo que me surpreendeu. Com acontecimentos e revelações importantes, o gancho para a sequência se tornou necessário, e confesso não imaginar o foco do autor nos próximos volumes. Essa incerteza, combinada á curiosidade sobre o passado do protagonista e como isso vai influenciar em seu futuro, me fazem aguardar ansiosamente pelo próximo volume. Se você já sabe o que esperar, recomendo que leia com o coração aberto.

Escutei Radioactive, da Marina, enquanto escrevia esse post.

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