Olá, leitores! Nesse começo de ano, resolvi liberar alguns posts que estavam prontos desde antes do hiatos do blog. Ainda não decidi se voltarei a postar aqui ou repaginar tudo de uma vez, mas não queria deixar esses escritos perdidos para sempre. Escrevi a maioria no final de 2018, então, caso haja referências a datas especificas, ignorem :)

Nome: Tartarugas Até Lá Embaixo
Autor(a): John Green
Tradutor(a): Ana Rodrigues
Editora: Intrínseca
Páginas: 272
Ano: 2017
ISBN: 9788551002001
Onde EncontrarSkoob / Amazon
Classificação: ★★★★ (4,6 Estrelas) 
SinopseA história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
 Esse é um dos casos em que a sinopse não diz muito sobre a obra. Com o tópico do TOC minimizado no final do pequeno texto, deixamos facilmente o assunto de lado e esperamos que o livro aborde, em sua maioria, a aventura da jovem Aza na procura do tal bilionário. Só que as coisas se desenrolam de um jeito diferente. Mais do que a busca pela recompensa, o enredo prioriza a odisseia que é a mente da protagonista; de sua luta com o TOC à várias outras questões importantes na vida de jovens e adultos. Tudo isso é narrado com o equilíbrio entre delicadeza e realidade já característico nas narrativas do John Green.

A gente acha que é o pintor, mas é a tela. (p.9)

 A trama,  inicialmente simples, começou a se aprofundar quando os surtos de Aza ficam mais frequentes. Foi ali que percebi que esse não era mais um romance Young Adult com TOC como plano de fundo – o autor quis expressar a crua realidade de um transtorno que quase nunca tem um final feliz. Aliás, quase nunca tem um final. A instabilidade de Aza reproduz no leitor uma sensação parecida com a que pessoas com toc lutam diariamente; a incerteza do futuro, o cansaço do passado.

O ser humano é tão dependente da linguagem que, até certo ponto, não conseguimos entender o que não podemos nomear. Por isso presumimos que as coisas sem nome não são reais. (p.89)

 E o toc não é o único assunto importante a ser explorado. Cada personagem tem suas próprias questões, e o autor procurou desenvolve-las o melhor que pode (desde que tenham relação com o foco da trama). As relações em Tartarugas são sólidas; vemos seus defeitos, falhas, e aprendemos junto com os personagens. É um livro que pode te tocar de várias maneiras.

Eu não estava possuída por um demônio. Eu era o demônio. (p.215)

 Acompanhar Aza nessa jornada se tornou minha prioridade de vida durante o período de leitura. Saber mais sobre seus dias, entender a origem e o modo como o transtorno tem influência em suas decisões, e acompanhar suas tentativas de ser “normal”, me colocaram em um trem que só parou quando terminei a última página. Ter a consciência de que o autor usou a própria mente como inspiração, além de enxergar problemas tão parecidos com os meus pela primeira vez fora da minha própria cabeça, só aumentou meu estima pelo livro.

Eu sentia falta de todos. Estar vivo é sentir saudade. (p.263)

 O Final de Tartarugas Até Lá Embaixo me agradou completamente. Além de dar desfecho para todas as questões abertas, John Green presenteou o leitor com uma visão geral do futuro da protagonista e das pessoas ao seu redor. Saber toda a vida da ASA deixou-a ainda mais real, gente como a gente, possibilitando ao livro o caminho para uma marca permanentemente em nossas mentes. É uma leitura que eu, sem dúvidas, recomendo para todos.

Escutei Without Me, da Halseyenquanto escrevia esse post.

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