Entre partidas de shogi e silêncios cheios de sentimento, Sangatsu no Lion retrata com sensibilidade a solidão, o luto e o crescimento de um jovem prodígio. Quer saber o que achei da leitura? leia a resenha a seguir :)

Preciso começar a resenha informando que esse não é o tipo de obra que me desperta o interesse. Para todos os estilos e formatos de literatura, geralmente fico na área da ficção especulativa (fantasia, ficção científica), explorando outros gêneros apenas quando obras específicas possuem detalhes que me chamem a atenção. No caso de Sangatsu no Lion, o atrativo foi uma promoção da Amazon. Estava sem mangás para ler e, pelo preço, resolvi arriscar.
As expectativas estavam baixas, e a leitura entregou exatamente o que eu esperava: algo lento, introdutório, que apresentasse as coisas de modo superficial porém com a sugestão de um desenvolvimento futuro.
Em um clima "cozy", a autora faz uma ambientação eficaz cuja abrangência vai do protagonista – que perdeu os pais recentemente – ao seu contexto, passando por suas motivações e acontecimentos que devem se desenrolar nos próximos números.
Nesse começo, acompanhamos o personagem principal, Rei Kiriyama, vivendo delicadamente enquanto tenta enterrar toda emoção além do seu controle em sua rotina diária, entre os campeonatos de Shogi (espécie de jogo de tabuleiro) e as interações com as irmãs da família Kawamoto. Essas, inclusive, tem algo em comum com Rei: também órfãs, Akari, Hinata e Momo Kawamoto aprenderam a cuidar de si mesmas apenas com a ajuda do avô, já idoso.
E o enredo desse primeiro volume é, basicamente, isso. Não há grandes acontecimentos ou algo que prenda um leitor disperso, tampouco essa é a proposta da obra. Acredito que a autora quis construir primeiro a base da história, apresentando ao leitor os personagens e o cenário, para depois introduzir na trama seu real objetivo.
Para quem gosta do gênero, essa introdução pode satisfazer e animar para os próximos números (quatro, no total). Para mim, porém, essa vontade não existe. Os traços são bonitos e a narrativa segue um fluxo constante, mesmo que calmo, mas ainda é um gênero que não me desperta o interesse. Para quem se interessou, porém, é uma obra que recomendo.
Escutei Good For You, da Selena Gomez, enquanto escrevia o post.





