O monstro não estava perdido quando encontrou a criança.   

“Beleza Monstruosa”, o último lançamento de Adrielli Almeida, é uma novela que aborda magia e romance de forma delicada e, ao mesmo tempo, avassaladora. É sobre o encontro de almas no limiar de dois mundos completamente diferentes. Confiram a resenha abaixo :D


Nome: Beleza Monstruosa
Autora: Adrielli Almeida
Editora: Independente
Páginas: 80
Ano: 2023
ASIN: B0CFWNNNTF
Nota do blog★★★★ (5/5)
Onde encontrarAmazon / Goodreads / Skoob
Sinopse: Clarice tem sete anos quando encontra Ivy pela primeira vez, durante as férias de verão que está passando na casa da avó. Depois que a mãe foi embora, ela não sabe bem como manter uma relação com o pai e a primeira estação sem a mãe é o suficiente para definir o resto da sua vida.

Ivy sempre se sentiu deslocada em seu próprio mundo, isso porque seus pais são, na verdade, homens-monstro. Mas seus sentimentos mudam ao ver Clarice. Quando elas se conhecem, é a primeira vez que Ivy vê alguém tão parecida consigo. Também é a primeira vez que algo tão simples quanto gostar de alguém parece impossível.

Através de flores, verões e cartas, Clarice e Ivy constroem uma relação que parece ser impossível por pertencerem a universos diferentes. E, talvez, amar alguém que está a um mundo de distância não seja a escolha mais sensata para se fazer – mesmo para garotas com portas mágicas.
Na obra, a autora utiliza elementos mágicos para tecer a impossível relação entre duas garotas que, mesmo de mundos diferentes, se encontram no florescer de uma paixão que transpassa tempo e espaço. O cenário é surreal, com vislumbres de um universo mágico extenso e sólido, mas o foco da narrativa é na união de Clarice e Yvi, que é desenvolvida sobre caprichosas pinceladas do destino.

"Houve um silêncio entre as duas garotas, e elas eram universos inteiros nascendo."

Algumas características me remeteram à “Mar sem Estrelas”, mas nada que sinalize plágio – a autora conseguiu adaptar a beleza irreal da biblioteca subterrânea de Morgenstern na floresta que serve de cenário para o terno romance. Em outros momentos retomei também a sensação de quando li Feita de Fumaça e Osso, da Laini Taylor, mergulhando em um mundo extravagantemente peculiar, mágico e belo. Isso mostra que a autora conseguiu absorver o melhor de sua jornada de leitora e passou a produzir obras tão grandiosas quanto.

"Mas quem não cospe as flores que estão crescendo dentro do próprio peito morre sufocada por elas, filha."

Em cerca de 80 páginas, a novela acompanha toda uma jornada de autodescoberta de forma impecável, com começo, clímax e fim. E eu ressalto isso pois muita gente tem receio de ler novelas ou contos por acharem que os autores não conseguirão desenvolver tudo em poucas páginas sem “desmembrar” o enredo. A proposta desses formatos pedem algo conciso, e a capacidade do autor atingir esse objetivo depende somente dele. Nesse caso, a autora serviu tudo o que é necessário para uma boa e memorável história.

"Ela não sabia que era tão fácil destruir certezas. Que era tão difícil aceitar verdades."

Já li algumas obras da Adrielli e, com bagagem, considero-a mestra na criação de mundos complexos, seja de elementos ou até de sentimentos. Com uma narrativa que já me é familiar, ela conduz o enredo de forma poética e instigante, dosando tudo aquilo que faz de uma leitura inesquecível: emoção, ação, construção e assimilação. Mal posso esperar pelas próximas aventuras.


★★★ (5/5)


Escutei Used To Be Young, da Miley Cyrus, enquanto escrevia o post.

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